O mercado imobiliário engloba todos os imóveis que se encontram disponíveis e implantados no território de uma determinada zona, de tal forma que o tema “Ilhas do Porto” traz agregado alguma peculiaridade devido ao tema em questão.
As “Ilhas do Porto”
tema com discussão na ribalta devido a sua presença na malha do tecido urbano
da cidade invicta, apesar de ser quase imperfectível para
quem percorre as linhas de circulação pedonal e viárias que circundam o
quarteirão. No caso da cidade Portuense, a “ilha” é uma tipologia de habitação
destinada essencialmente para uma população de rendimentos baixos.
Deste modo, se
analisarmos o tema “ilha” no seu mais modesto significado, uma ilha, por
definição, é um prolongamento do relevo, estando numa depressão absoluta
preenchida por água em toda sua volta. A sua etimologia latina, insula,
originou o adjetivo insular. E numa consulta ao dicionário de Língua Portuguesa
o termo “Ilha” significa: Espaço de terra cercado de água por todos os lados; Grupo
de casas isoladas de outras habitações e cercado de ruas por todos os lados;
Pátio cercado de habitações pobres.
Numa realidade
metafórica, as ilhas são isso mesmo, toda a cidade envolvente pode-se dizer que
é a água e o conjunto de habitações no interior do lote é a ilha. A única
ligação entre a cidade e a ilha é feita através de um pequeno corredor que
conduz ao interior do lote; as habitações no interior dos logradouros
caracterizam por serem: pequenas habitações de um só piso, alinhadas em fila
(banda) de um só lado ou por vezes de ambos os lados dependendo da largura do
lote.
As “ilhas do Porto”
surgem devido à revolução industrial que causou a sobrelotação da cidade,
devido à chegada de imigrantes oriundos das zonas rurais (êxodo rural) com intuito
de melhores condições de vida, mas também, mais tarde pelo aglomerar das suas
famílias no mesmo espaço habitacional. Após a sobrelotação do centro urbano, as
freguesias na altura periféricas da cidade (Bonfim, Campanhã, Massarelos, etc.)
aumentaram de forma drástica nas últimas décadas do século XIX a sua população
residente, devido à concentração das atividades industriais e, portanto, aí se
concentravam também os permanentes fluxos migratórios de novos residentes que
originaram, justamente nessas freguesias “industriais”, uma (nova) forma de
habitação operária: as “ilhas”.
Os fatores mais
importantes que estruturaram a procura de alojamento para a classe trabalhadora
no Porto foram essencialmente o desenvolvimento industrial da cidade que,
apesar de ser tardio e lento, em comparação com as grandes cidades europeias,
provocou uma elevada imigração na segunda metade do século XIX. Toda a procura
por alojamento na cidade originou a sobreocupação dos edifícios existentes, que
tornou necessária a construção de novas formas de alojamento e, como eram
pessoas de fraco poder económico e baixos salários, as habitações teriam de ser
ajustadas as suas possibilidades.
Para além do tipo
de construtores e das características da sua atividade, os fatores espaciais
foram também decisivos no desenvolvimento da forma das ilhas. Particularmente
importante foi a adoção generalizada, na maior parte dos desenvolvimentos
urbanos do século XIX de parcelamento regular do solo em lotes com uma-frente
de 25 ou 30 palmos (5,5 ou 6 metros), e até cerca de 100 metros de profundidade
para o interior do quarteirão. Este tipo de implantação surgia como escapatória
à “prática urbanística” municipal da época que, segundo os regulamentos em
vigor, só controlava as construções à face da rua e respetivos alçados.
Pela história que
as “ilhas” já tiveram e continuam a ter, pela sua importância alcançada ao
longo dos tempos, as “ilhas do Porto” são uma cidade (comunidade) dentro da
própria cidade que oferece aos seus inquilinos a possibilidade de habitar nas
proximidades ou mesmo em pleno centro da cidade. De tal forma que, o tema das “ilhas”
e da habitação de baixo custo na cidade do Porto são questões antigas que
décadas de evolução da cidade não tem conseguido clarificar urbanisticamente a
sua posição.
Contemporaneamente,
as “Ilhas do Porto” permanecem como reflexo de evoluções históricas, próprias
de cidades mercantis com rápidos processos de industrialização, reflexo da
incapacidade coletiva de encontrar soluções que integrem a questão habitacional
no cerne dos percursos coletivos de desenvolvimento social e urbano e, no caso
português, como símbolo de uma modernidade inacabada.
Segundo as
condicionantes e os vários componentes que compõem uma “ilha” como será o
processo mais adequado para se realizar uma avaliação imobiliária?
Tendo em conta o
âmbito de trabalho da empresa Structure Value, Lda., a avaliação de uma “ilha”apresenta-se
como a possibilidade de avaliar um imóvel com características muito próprias e
peculiares, com necessidade de uma avaliação especial, onde o fator
diferenciador passa pela experiência e competência da equipa técnica da
empresa.
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