No meio imobiliário definem-se zonas prime como sendo
espaços em que determinado segmento assume uma particular importância no meio
envolvente. São zonas consolidadas, dotadas dum conjunto
de fatores atrativos, em termos de características intrínsecas mas também
relacionadas com um determinado prestígio, onde habitualmente se instalam
públicos com maior poder a nível financeiro, dispostos a pagar um preço mais
elevado para se situar nestas zonas.
A nível empresarial ou comercial, por exemplo, a
presença de grandes marcas ou de grandes empresas multinacionais acaba por
funcionar como um atrativo e como um fator de incremento nos preços (€/m2).
Em termos residenciais, as zonas prime do Porto
situam-se na zona da Boavista (Parque da Cidade) e Foz (à Avenida Brasil), e
ainda em algumas localizações nas Antas (Av. Dos Combatentes e Alameda Eça de
Queirós). Já em Lisboa, há a destacar a zona da Lapa, Restelo e Parque das
Nações.
No que toca ao comércio de rua, em Lisboa as zonas
prime situam-se na Avenida da Liberdade, Rua Augusta, e na zona da
Baixa/Chiado. No Porto há que destacar a Rua de Santa Catarina e a zona dos
Clérigos.
No segmento dos escritórios, destaca-se em Lisboa em
primeiro lugar a Avenida da Liberdade, seguida por alguns edifícios na zona do
parque das Nações, e na torre do Centro Comercial “Amoreiras”. Já no Porto, a
zona mais prestigiada é a Boavista, nomeadamente na Avenida da Boavista, sendo
também de destacar alguns edifícios empresariais em Matosinhos, Vila Nova de Gaia,
e também na zona Industrial do Porto.
Finalmente, no setor industrial, as zonas primes
associadas às grandes cidades encontram-se situadas mais na periferia – acessos
mais simples, evita a entrada nas cidades de grandes veículos, etc. No Porto é
de dar destaque à Zona Industrial da Maia, Zona Industrial de Freixieiro e Santa
Cruz do Bispo (em Matosinhos) e Alfena, em Valongo, não obstante a zona
empresarial do Porto que gradualmente foi sendo ocupada e convertida para o
segmento comercial.
No cenário de forte crise imobiliária em que Portugal
viveu nos últimos anos, em que os preços do imobiliário estiveram em queda
permanente – e que apenas nos últimos meses tem vindo a dar alguns sinais de
recuperação – os valores praticados em zonas prime foram afetados em muito
menor grau do que nas restantes zonas.
Durante o ano de 2013, em que duma maneira geral a
procura a nível comercial e empresarial estiveram em quebra, assistimos à
abertura na Avenida da Liberdade em Lisboa, e nos Clérigos, no Porto, de
grandes marcas de luxo, como a Cartier, Hugo by Hugo Boss, Penhalta, Diesel,
Max Mara, entre outras.
De acordo com as consultoras internacionais, os
valores de rendas prime para o comércio de rua chegaram a registar subidas
durante os anos de 2012 e 2013. O Chiado, por exemplo, passou a ocupar o 43º
lugar na lista de localizações mais caras do mundo em 2013, tendo subido 2
lugares face a 2012.
Duma forma resumida, pode-se concluir que em zonas prime
para determinados setores, mesmo que possam ocasionalmente sofrer alguma
redução de procura ou de valores de mercado, os imóveis acabam por ser pouco ou
nada afetados por um cenário de crise global. Na realidade, acaba por haver
sempre grandes marcas ou empresas/particulares com capacidade financeira para
fazer face a preços elevados, sendo também que em zonas prime a margem de
descida de preços por parte de vendedores ou arrendatários acaba por ser
reduzida.
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