sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Aumento do Preço Restringindo a Oferta

O mercado imobiliário no segmento habitacional está “quente” verificando-se que muitos promotores e construtores estão a condicionar a oferta de vendas de casas novas, com o intuito de criar escassez e aumentar os preços de venda.

Este comportamento altera o mercado e acontece, sobretudo em localizações especificas e onde a procura é já de si forte face à oferta. A construção nova não é um produto que esteja disponível no imediato, ou seja, necessita de tempo. O ritmo da construção não está a acompanhar o da procura, assim há claramente um “gap” de mercado, o que tem permitido do lado da oferta gerir o preço e a quantidade de construção nova a disponibilizar, limitando as vendas num claro interesse em incrementar o preço das casas disponíveis. Trata-se duma tentativa de conseguir extrair do mercado mais ganhos e maximizar os proveitos, proporcionado por compradores que se veem limitados na oferta existente/nova em determinadas localizações.














São vários os motivos e condições para que tal esteja a ocorrer, entre elas posso enumerar as seguintes:

– A baixa das taxas de juro;
– Aumento do montante das poupanças das famílias;
– Alterações nas condições profissionais, aumento do teletrabalho, necessidade de mais espaço para trabalhar em casa;
– Escassez de mão de obra especializada e de matérias-primas na construção;
– Atrasos na entrega de materiais e produtos para acabamentos na construção civil;
– Aumento dos custos/tempo de construção.

Neste contexto o preço das novas habitações vai aumentando, sendo que a gestão é muitas vezes efetuada pelos promotores em conjugação com equipa de comercialização (mediação imobiliária). Havendo efetivamente registos de promotores a recusarem compradores porque não têm produto para tanta procura, aquelas habitações que têm disponíveis (atualmente ou curto prazo) estão a vender por valores mais elevados, pelo que alguns compradores entram nesta “corrida” com preços de compra acima dos pedidos inicialmente. Em alternativa há também a possibilidade de comprar (promessa) de construção futura que em muitos casos nem sequer ainda está iniciada, nem em “pipeline”.

Na ótica da avaliação imobiliária, que é aquela que corresponde ao mercado há e haverá sempre negócios fora da lógica do mercado e que entram já numa dimensão especulativa, pois na realidade estão a vender mais casas do que aquelas que se conseguem construir, atirando para o futuro ou muito para a frente a entrega da mesma, numa tentativa de dar resposta e acompanhar a procura por casas novas. Por outro lado, restringindo o número de casas à venda vai automaticamente gerar o aumento do preço das mesmas. Como resultado vamos assistindo a crescimentos no preço da habitação em certas zonas superiores a 5% e em determinados empreendimentos muito superiores ainda.

Nalguns casos isto poderá acabar mal, por isso exige-se a prudência necessária de todas as partes.

Vítor Osório Costa
Diretor
Structure Value

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Valores Médios – Apartamentos no Porto

Desde há algum tempo que não publicava valores de referência unitários em €/m2 para nenhum segmento do imobiliário, sobretudo porque a informação disponível era divergente e nalguns casos as alterações foram decorrendo de acordo com o evoluir da pandemia e do posicionamento dos diferentes agentes e stackholders do mercado. 

Na fase atual considero estarmos a viver um momento de alguma expetativa pela iminência do final das moratórias; todavia, verifica-se alguma estabilidade no imobiliário residencial. Nesse sentido, estou munido de informação de mercado, operações e um número de registo de avaliações significativo, que me permite com a sustentabilidade necessária que este artigo requer, publicar valores de referência para o mercado imobiliário residencial do Porto – apartamentos.





Assim apresento o resultado da análise efetuada a um conjunto de cerca 550 imóveis (apartamentos) no decorrer do mês de julho/agosto distribuídos pelas tipologias mais representativas (65% dos casos são da tipologia T2/T3). Estes índices são médios e meramente orientativos do mercado residencial (apartamentos) relativos a algumas localizações do concelho do Porto, pelo que não conferem qualquer vínculo ou nem ser interpretados de forma direta ou isolada. A zona onde os valores registados são mais elevados quer no mercado de compra/venda quer no mercado de arrendamento é a Foz do Douro e Aldoar, seguido da União de Freguesias que abrange o centro histórico do Porto (Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória), sendo o valor menor a de Campanhã e Ramalde (não representado no quadro).

Como indicativo, o estudo disponibilizou para arrendamento valores máximos na ordem dos 30,0€/m2/mês e um valor máximo de venda de fração na ordem dos 8500€/m2, enquanto a média de área por fração disponível vai abaixo dos 100 m2. A média de valores unitários para o concelho está em 3000€/m2 para venda e 10,0€/m2 para arrendamento, influenciados sobretudo pelas zonas de Paranhos e Ramalde.




Vítor Osório Costa
Diretor
Structure Value