Por norma qualquer imóvel possui algum/alguns aspetos que o permite se diferenciar dos restantes, o que em boa medida faz aumentar ou diminuir o seu valor face a outros semelhantes e disponíveis no mercado. Estes aspetos são analisados como variáveis na homogeneização dos comparáveis para depois serem aplicados pelo no método comparativo.
O perito avaliador que seleciona e analisa a amostra para posterior homogeneização, depara-se com a necessidade de definir quais as características mais importantes e diferenciadoras do imóvel em análise, ou seja, os aspetos qualitativos, que no contexto do mercado onde o mesmo se enquadra, mais ou menos valoriza. Passando em revista o segmento do mercado que mais comummente há avaliações, residencial, vamos focar alguns aspetos que habitualmente estão presentes, e indagar acerca da variação de valor que os mesmos poderão significar.
No segmento residencial, sabemos que as tipologias mais elevadas possuem um valor unitário tendencialmente (€/m2) inferior às tipologias inferiores. A existência de equipamentos intrínsecos ao imóvel, como é de esperar, são fatores valorizadores do preço do imóvel. A existência de estacionamento/s é também claramente influenciar do valor do imóvel. A orientação e exposição solar, também poderá afetar. Um imóvel que se situe a um nível e orientação que permita uma maior luminosidade e aquecimento natural será mais atrativo do que outro semelhante, mas mal iluminado. Outros aspetos como a idade e acabamentos são também de valorizar. Contudo há um aspeto que tem um peso considerável que é o número de quartos, que irá definir a sua tipologia, não obstante área possa até ser inferior à tipologia seguinte ou anterior. Nas moradias a existência de logradouro constitui um fator majorativo, bem como o facto de ser isolada face a moradias geminadas ou em banda. Nos apartamentos, a localização nos últimos pisos, especialmente quando tal significa vistas desafogadas de rio ou mar funciona como uma característica majorativa – exceção feita a prédios sem elevador. A integração em condomínio ou conjunto habitacional também pode fazer variar o valor. A existência de elevador e estacionamento próprio são aspetos bastante valorizados pelos compradores, especialmente em imóveis que se situem em prédios com vários andares, ou em zonas onde o estacionamento na via pública seja particularmente difícil e a pagar. A classificação energética é cada vez mais um aspeto diferenciador da qualidade do imóvel, que deve ser considerado.
Há que considerar também modas e tendências que nalguns casos vão tendo impacto no valor, assim como também a referência a determinado construtor ou marca que incorpora em si um sinónimo de qualidade (ex. da antiga empresa de construções “Ferreira dos Santos” na cidade do Porto).
Cada aspeto atrás relatado deverá ser analisado/comparado diretamente e se se tratar de variáveis que podem ser traduzidas de qualitativas para quantitativas para aferir €, caso contrário a diferenciação dada no valor terá sempre um grande peso que decorre da sensibilidade, experiência e competência de cada perito.
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