De acordo com o INE, durante o ano de 2014 o número de
imóveis transacionados cresceu pela primeira vez desde 2011, registando um
aumento de 4,3% em número de transações. De facto, de acordo com o Eurostat,
Portugal foi o sétimo país europeu a registar maior crescimento no número de
imóveis vendidos.
Para este facto tem contribuído não só uma conjuntura
bancária em termos de financiamento mais favorável – com a taxa Euribor próxima
do zero e capacidade de negociação de spreads
mais competitivos, mas também o aumento da procura de imobiliário português por
parte de investidores estrangeiros.
A espectativa dos agentes imobiliários para o ano de
2015, prende-se com o contínuo crescimento de facilidade de concessão de
crédito à habitação, contribuindo este facto para que os preços voltem a subir,
e as vendas a aumentar.
Um estudo recente realizado por uma consultora
portuguesa, vem confirmar que de facto, em junho de 2015, a tendência de
crescimento dos preços do imobiliário em Portugal continua em crescente, tendo
sido registado desde o início do ano um crescimento de 8,6% na Grande Lisboa, e
de 5,8% no Grande Porto. Sendo estes valores relativos a “askingprice” e não em “closingprice”,
não refletem de forma direta o aumento do valor dos imóveis transacionados, que
mantém a tendência evolutiva mas de forma menos acentuada. De acordo com
agentes imobiliários inquiridos, estes valores são mais elevados em zonas onde
existe maior procura por parte de investidores estrangeiros, nomeadamente na
Grande Lisboa e no Algarve.
De acordo com a APEMIP, os investidores chineses negoceiam
bastante os preços, e necessitam de mais tempo para fechar negócios, ao passo
que os ingleses, por exemplo, durante as férias fecham negócio com menores
margens de negociação de preço.
Sendo também verdade que nos últimos anos a construção
esteve praticamente parada, a oferta de imóveis novos é mais escassa. De acordo
com o INE, o preço das casas usadas subiram em média 1,3%, ao passo que o preço
das novas desceu em média 2,9%. Em 2014 foram vendidas cerca de 64 mil imóveis
usados contra cerca de 20 mil imóveis novos.
Num perspetiva otimista a APEMIP prevê um crescimento
do número de imóveis vendidos para valores superiores a 100 mil imóveis por
ano, o que significaria um aumento do número de imóveis na ordem dos 20 a 25%.
Os indicadores acima relatados revelam otimismo e
denotam sinais – ainda que ténues – de recuperação da confiança no setor
imobiliário português, e consequentemente de alguma recuperação a nível
económico. O clima é ainda instável, e estando em ano de eleições poderá ser
espectável algum abrandamento. No entanto são sinais que revelam inversão duma
tendência negativa instalada nos últimos anos, e que permitem boas previsões a
nível da futura evolução do setor.
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